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Franck Caldeira rompe com a equipe do Cruzeiro após quatro anos
Por Alexandre Koda | 07/07/2011 - Atualizada às 12:32
Franck Caldeira não é mais atleta da equipe do Cruzeiro. O atleta, que defendia as cores do clube mineiro desde maio de 2007, rompeu o contrato que tinha até o fim de 2011 e agora negocia seu passe com alguma outra entidade, ainda não revelada. A primeira prova que disputou sem vínculo com a equipe foi a Meia das Cataratas, no último dia três, em Foz do Iguaçu, ocasião em que conquistou a vitória.
“Eu não estava conseguindo traçar metas dentro do Cruzeiro”, relata o fundista. “Não tenho nada para falar mal do clube, eu apenas não me enquadrei nas metas do Alexandre Minardi e do Cruzeiro em si”, completa. O campeão da maratona dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro afirma ainda que pretende encerrar sua carreira na Olimpíada do Rio, em 2016, com um resultado positivo.
“A Olimpíada ainda está longe, mas o trabalho tem que começar desde já e começou hoje [após a Meia das Cataratas] com novos estímulos e uma nova cabeça”. O mineiro não quis revelar a equipe que defenderá a partir de agora, mas diz que fez uma mudança de vida e pretende apoiar novos parceiros. Ele pede desculpas ao público pelos resultados ruins nos último tempos, como o abandono na Maratona de São Paulo no dia 19 de junho.
Ainda sem um clube definido, Franck terá por enquanto apenas o apoio da marca esportiva Nike, que segundo ele não força a obtenção de resultados. “Eles sempre me apoiaram e agora vou focar algumas provas no Brasil, como a Volta da Pampulha, a Dez Milhas Garoto e a Meia do Rio, onde fui segundo ano passado”.
Questionado se as negociações com outros clubes estão avançadas, ele prefere não se comprometer com ninguém, mas adianta alguns possíveis candidatos a recebê-lo. “A Nike tem parceria com a BM&F Bovespa, mas também falei com o Pinheiros. O importante na verdade é correr do jeito Franck de ser, ou seja, livre”.
Desde que entrou para o Cruzeiro, Franck obteve uma estabilidade financeira, mas ele diz que isso não foi suficiente para satisfazê-lo como atleta. “Minha conta cheia de dinheiro não vai me trazer alegria. Vivi isso no Cruzeiro e não me trouxe, então o mais importante é a alegria de cruzar uma linha e cair após um grande esforço”.
Se as metas em curto prazo são competições nacionais, para o ano que vem ele já pensa em ir mais longe. “Quero pensar em Campeonato Mundial e Olimpíada. Mas não vou apenas para participar, quero obter um bom resultado, pois tenho potencial e vou trabalhar para isso”.
O outro lado - Se Franck Caldeira diz não levar mágoas do Cruzeiro, o mesmo não pode ser dito do comandante da equipe, Alexandre Minardi, responsável pelos treinos do atleta em Belo Horizonte. “Estou chateado com a ingratidão do Franck. Em 2008 o vice-presidente do Cruzeiro queria demiti-lo e eu fui convencer a diretoria para renovar seu contrato por mais três anos”, relata o treinador. “Eu era mais que um pai para ele”, completa.
O dirigente revela ainda algumas características de Franck no dia a dia. “Ele não cumpria as normas do clube, chegava atrasado e sempre tinha uma desculpa para não vir de Sete Lagoas [local de sua residência] até Belo Horizonte [onde fica o centro de treinamento do Cruzeiro] nos dias de treino em pista”.
Normalmente os atletas que chegam atrasados ao treino sofrem uma punição com desconto de 10% no salário, o que não ocorria no caso de Franck Caldeira. “Eu passava a mão na cabeça dele porque ele era diferenciado, mas me arrependo disso”, relata o treinador.
Ao longo dos anos o clima entre os dois foi piorando e Franck começou a se desentender com seus colegas de clube, de acordo com o treinador. Minardi relata um ocorrido na cidade de Patrocínio (MG) durante a Corrida da fogueira, em que o atleta bateu boca com os demais corredores do Cruzeiro.
O estopim veio durante a Maratona de São Paulo, realizada no dia 19 de junho, ocasião em que treinador e atleta se desentenderam por conta de uma entrevista que Franck concedeu a uma emissora de televisão sem mostrar da forma correta o logotipo do patrocinador em sua camisa. Segundo Minardi, tecnicamente ele estava preparado para correr em forma de igualdade com os africanos e obter um bom resultado nos 42 quilômetros de São Paulo. “Não foi o que aconteceu. Ele parou depois do quilômetro 21”, ressalta o dirigente.
Apesar do desabafo, Alexandre Minardi diz que não deseja mal ao seu ex-pupilo, pelo contrário, espera que ele seja feliz em sua nova fase da carreira. “Desejo sucesso e espero que ele obedeça às normas da nova casa”.
A entrevista com Franck Caldeira foi obtida durante a Meia Maratona das Cataratas após sua vitória. A reportagem do Webrun tentou sem sucesso contato com o atleta para que ele atualizasse as informações sobre seu novo clube e desse sua versão sobre os fatos apresentados por Minardi. Vamos insistir em falar com ele e, assim que obtivermos novas informações, publicaremos no Portal.
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