Mundial de Atletismo procura recorde e tem 2º pior tempo nos 100 m

Usain Bolt (à dir.) - 100 m rasos. Foto: ReutersNo sexto dia de provas, o 13º Mundial de Atletismo de Daegu (Coreia do Sul) ainda não conheceu nenhum recorde mundial. Até o momento, o torneio tem se notabilizado mais pelas falhas do que pelos louros. A única marca quebrada até agora, válida para os Mundiais, foi de Valerie Adams, da Nova Zelândia, que alcançou 21,24 m no arremesso de peso.

De quem se esperava muito, nada veio. Foi assim com o homem mais rápido do mundo, o jamaicano Usain Bolt, que queimou a largada dos 100 m, com a supercampeã russa Yelena Insinbayeva, que ficou fora do pódio do salto com vara, com o cubano Dayron Robles, nos 100 m com barreiras, e com o campeão olímpico do salto com vara Steven Hooker, que não conseguiu passar dos 5,50 m. A brasileira campeã olímpica do salto em distância, Maurren Maggi, também não foi além de um pífio 6,17 m, e não entrou na disputa por medalhas.

No Mundial de Berlim, em 2009, foram quebrados três recordes mundiais - dois deles por Bolt, nos 100 e 200 m - e seis recordes do torneio. Sem glória, o Mundial de Daegu também protagonizou o segundo pior tempo dos 100 m da história da competição.

Em uma das eliminatórias da prova, Sogelau Tuvalu, da Samoa Americana, terminou com a marca de 15s66. Convidado para a prova pela Associação Internacional de Federações de Atletas (IAAF, sigla em inglês), ele estava visivelmente acima do peso. É uma tradição de a entidade convidar atletas de países sem tradição no esporte para disputar algumas eliminatórias, a fim de aumentar o interesse pelo esporte.

Se serve de alento, em 1997, no Mundial de Atenas, Kim Collins, de São Cristóvão e Nevis, foi o detentor da pior marca do torneio. Na ocasião, Collins cravou 21s73. No Mundial deste ano, ele fez 10s09 e ficou com a medalha de bronze. Em 2003, ele foi o campeão mundial da prova.

Decepções
No sábado, a primeira grande decepção do Mundial de Daegu: o austríaco Steven Hooker, que em três tentativas não conseguiu superar a marca dos 5,50 m no salto com vara. Hooker conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Pequim, em 2008, com um salto de 5,96 m. Ele tem ainda 6,06 m como melhor marca pessoal, abaixo apenas do recorde mundial, que pertence ao legendário ucraniano Serguei Bubka, que detém desde 31 de julho de 1994 com incríveis 6,14 m.

No dia seguinte, Maurren Maggi deixou a pista depois de duas queimas e um salto de 6,17 m, frustrando qualquer expectativa de medalha. Na mesma data, esbanjando tranquilidade antes da largada, Bolt apontou para os rivais e fez um gesto que não se preocupava com eles, mas sim apenas com o desempenho dele. Apontou para a frente, mas antes de ouvir o tiro de largada deu um passo à frente. Enfiou a cabeça dentro da camiseta, atirou-a ao chão e se retirou. Ele promete voltar com força, na prova dos 200 m de sexta, que o atleta diz ser a preferida. Porém, a preferida do público continua sendo os 100 m.

Na segunda-feira foi a vez de Dayron Robles, que ganhou a final dos 110 m com barreiras, mas não levou. Ele foi desclassificado por ter tocado por duas vezes o chinês Liu Xiang, que acabou em terceiro. Com a desclassificação de Robles, a medalha de ouro ficou com o americano Jason Richardson, que terminou com o tempo de 13s16. Xiang ficou com a prata e o britânico Andrew Turner levou o bronze.

A prova era a mais esperada do dia por colocar Robles (recordista mundial), Xiang (campeão olímpico em Atenas, em 2004) e Richardson (detentor do melhor tempo do ano) lado a lado.

0 comentários:

Postar um comentário