Depois de 15 anos como triatleta, com mais de uma dezena de Ironmans no currículo e muitas corridas, estava certo que correr a Maratona de Nova Iorque este ano seria, em resumo, apenas mais uma prova bacana na minha lista. Mas eu estava enganado e me surpreendi. A corrida é realmente especial. Na largada, como sempre, eu estava concentrado, pensando no desempenho que gostaria de ter na prova. Porém, no decorrer do percurso fui rendido pelas peculiaridades dessa competição e me permiti curtir essa experiência única que é correr a Maratona de Nova Iorque, não à toa chamada de a “rainha das maratonas”. A Maratona de Nova Iorque realmente faz você se entregar ao prazer de participar de uma corrida de rua, neste caso, uma prova que atrai um público de centenas de milhares de pessoas pelas ruas dos cinco bairros da cidade para assistirem aos 49 mil corredores passarem. Na semana anterior, eu havia disputado o Ironman 70.3 em Miami e, como toda a prova de Triathlon, você precisa levar muita “tralha” e tem muita tensão pré-evento por conta das três modalidades. A maratona é simples, você só precisa do seu par de tênis (e claro estar preparado para os 42 km). Eu corri sozinho, mas no meio de 49 mil corredores encontrei pelo caminho muitos brasileiros, inclusive um colega de treinamento em São Paulo, ao lado de quem corri uns 20 km conversando sobre amenidades. Os primeiros 25 km passam voando e aí a sensação de distância muda, pois você começa cansar e sentir mais as pernas e, automaticamente, você olha no relógio e faz contas. Um fato me marcou bastante. Eu participei da prova com o apoio da Asics, que me deu uma camiseta tecnológica com meu nome escrito nela e conforme eu passava as pessoas gritavam meu nome, em alguns momentos eu olhava novamente para ver se não as conhecia, tamanho o entusiasmo! Então, essa é uma dica para quem pensa em correr a prova algum dia, leve uma camiseta com seu nome, você verá que a torcida é especial. E as pessoas torcem de tudo quanto é jeito. Nos últimos quilômetros, quando o cansaço começou apertar, eu passei a correr muito próximo à calcada para observar essas pessoas e ser “empurrado” pela torcida, isso distraiu bastante, pois não era só o asfalto pela frente. Uma das imagens mais impressionantes é quando você chega a Manhattan, depois de cruzar a Queensboro Bridge, na First Avenue, e tem a visão daqueles milhares de corredores. Neste ponto foi aonde eu virei meu quilômetro mais rápido na prova, pois a imagem contagia. No dia seguinte à prova, algumas pessoas me falaram para sair com a medalha no peito e, novamente, coloquei a “roupa” de atleta experiente e achei que era um exibicionismo desnecessário. No entanto, ao sair nas ruas você sentia que as pessoas ainda estavam “respirando a prova”, e havia inúmeros corredores orgulhosos com a medalha pendurada. E o mais incrível, as pessoas fazem saudações e te parabenizam quando vêem a medalha no peito. Há realmente uma valorização do corredor. Eu terminei a prova em 3h28min, à frente de aproximadamente 45 mil corredores, então, claro, fiquei muito feliz com o resultado e mais ainda por ter deixado de lado o foco em performance e ter transformado a Maratona de Nova |
Tudo Posso naquele que me fortalece
NOVA IORQUE É REALMENTE A RAINHA DAS MARATONAS.
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