Os suplementos nutricionais são consumidos, muitas vezes de forma indiscriminada, por atletas em geral e principalmente os esportistas de endurance ou longa duração.
Um dos lideres de venda entre os suplementos para corredores é o BCAA que em teoria funciona para diminuir a fadiga e preservar a musculatura. Os primeiros fabricantes desta substância observaram que em uma maratona ¼ da proteína hepática (fígado) era utilizada como forma de energia, prejudicando a performance do corredor, alem da proteína intramuscular consumida pela atividade. Portanto tiveram a brilhante idéia de suplementar os aminoácidos Leucina, Valina e Isoleucina, conhecidos como aminoácidos de cadeia ramificada ou BCAA, que representam cerca de 16% da composição da proteína que forma os músculos.
Entretanto os estudos mais recentes mostram que o consumo irrestrito pode ser mais prejudicial do que benéfico. BLOMSTRAND e colaboradores verificaram a relação do consumo de BCAA com a produção da serotonina, o neurotransmissor da fadiga, pelo sistema nervoso central. Em conclusão constataram que os BCAA não evitam o estímulo à produção de serotonina e, portanto, não diminuem os efeitos da fadiga central. O que pode haver, segundo esse estudo, é uma diminuição no tempo de recuperação muscular, após exercícios de longa duração.
A crença de que o BCAA auxiliaria o aumento da massa muscular também é questionada, pois o ideal seria ingerir diversas proteínas e não apenas os aminoácidos de cadeia ramificada. Esta ingesta pode ser adquirida com uma dieta balanceada, sem a necessidade de suplementos alimentares. Além do desequilíbrio na alimentação, o atleta pode ter uma sobrecarga nos rins. Isso ocorre porque uma parte da proteína que consumimos é transformada em amônia, uma substância tóxica que se transforma em uréia e posteriormente vai aos rins para ser eliminada pela urina.
Outro suplemento entre a lista dos mais vendidos é a glutamina, que em teoria além de ser um aminoácido de importante função como nutriente às células imunológicas, apresenta também importante função anabólica promovendo o crescimento muscular. Este efeito pode estar associado à sua capacidade de captar água para o meio intracelular, o que estimula a síntese protéica. Estudos mostram um potencial da glutamina em auxiliar a recuperação muscular, como o estudo de LAGRANHA e outros cientistas que observaram uma melhora na função dos neutrófilos (sistema de defesa) possivelmente aumentando o sistema imunológico. Em outro estudo CASTELL e NEWSHOLME perceberam que a suplementação de glutamina diminui a incidência de infecções em maratonistas, corroborando com o estudo acima citado.
Entretanto parece existir um consenso geral entre nutricionistas e treinadores de todo o mundo, quando o assunto é suplementação para atletas amadores. Carboidrato. Não só é o suplemento mais eficiente como também é mais facilmente transformado em estoques de energia. O organismo utiliza o glicogênio (carboidrato estocado), como energia durante a atividade física. Quando o estoque de glicogênio acaba, ativa-se a reserva de aminoácidos como combustível. Porém, o gasto energético para queimar os aminoácidos é muito maior do que para queimar glicogênios, portanto o mais interessante não é suplementar proteínas e sim carboidratos. Para repor o glicogênio, basta consumir carboidrato antes e durante a atividade física. No caso dos maratonistas, 30g de carboidrato (1 sache de gel) por hora de atividade são suficientes.
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